O Citius e a teoria da conspiraçãoby estrelaserrano@gmail.com |
Queixas contra responsáveis ou funcionários de serviços públicos e inquéritos internos sempre houve e haverá, alguns chegam aos jornais outros não. Mas assim, ser o próprio membro do governo que tutela os suspeitos a "entregá-los" ao julgamento do povo, é coisa rara ou nunca vista.
Pois foi isso que aconteceu com a ministra da Justiça, que anda a apregoar aos quatro ventos que há dois funcionários da Polícia Judiciária em comissão de serviço nos serviços informáticos do Ministério da Justiça (esclarecendo que "não são agentes", não vão estes vingar-se e pô-la sob escuta) que omitiram aos superiores hierárquicos informação relevante sobre o Citius.
Não sei se os dois "não-agentes" da PJ sabotaram ou não o Citius. Mas a coisa tem todo o ar de teoria da conspiração. Não deixa de ser estranho que dois informáticos da PJ tenham conseguido guardar de quem os chefiava e de toda a gente no ministério os segredos do Citius, só para chatear a ministra e pôr a Justiça de pantanas. Mas seja ou não como diz a ministra, é um excelente alibi para proteger a sua incompetência. Está a ver-se: "pois que culpa tem ela que dois "estranhos" tenham tramado o Citius?"
Quando iniciou funções, a ministra dizia, toda ufana: "acabou-se a impunidade". Mas depressa meteu a frase na gaveta e com o caso Tecnoforma, fechou-a a sete chaves.
Uma ministra assim, é penitência para qualquer funcionário, seja do quadro ou esteja em comissão de serviço. Livra!